Anotações de um caderninho espiral

Impressões sobre aquilo que acontece ao meu redor

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Caderninho espiral no Twitter

Ainda estou em fase de descobertas, mas adianto que o Twitter é uma espécie de rede social de mensagens instantâneas de serviço gratuito. Cada mensagem pode ter no máximo 140 caracteres, assim como uma mensagem de texto de telefone celular. A mensagem que você posta lá, em tese, deve responder à pergunta: “O que você está fazendo?” Só que as pessoas escrevem sobre os mais variados assuntos, falam de seus estados de espírito, dão dicas de música que estão ouvindo etc. 

Vou usar o Twitter, inicialmente, para registrar impressões ou até mesmo para informar o que estou fazendo naquele momento. Meu endereço é http://twitter.com/danielnavarro79. Se alguém souber como faço para postar utilizando telefone celular, por favor, registre um comentário ou envie um e-mail para danielnavarro@ig.com.br.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Alvorada e Ocaso

O Sol insiste em aparecer, de repente, todos os dias, às 5 horas da manhã. O Astro-rei se despede, com pressa, da Terra da Luz, às 17h40. 

O retorno

De volta. Agora mais perto do Oceano Atlântico!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Marcadas para sempre

A folha de papel perdeu a pureza. Antes totalmente branca e limpa, agora estava repleta de marcas de tinta. A caneta preta a tocou para deixá-la irreconhecível. Onde havia apenas a brancura do papel, agora se visualizavam letras que formavam palavras. As palavras, em conjunto, eram lidas e formavam frases. E ao se juntarem, compunham parágrafos. Em seguida, ainda não satisfeito, pegou um maço de folhas e também cravou marcas em todas elas. Por fim, nasceram capítulos de uma história. Mas será que fazia sentido para alguém?

terça-feira, 29 de maio de 2007

Receita manual para a dor ir embora

Depois de um tombo ou pancada, colocamos imediatamente as mãos no local afetado para aliviar o desconforto. Então, para potencializar esse gesto inconsciente, atrite uma mão na outra até aquecê-las. Em seguida, encoste-as no local dolorido e repita mentalmente a frase “minhas mãos são abençoadas, minhas mãos curam”. Enquanto isso imagine que da palma das mãos sai a luz laranja. Após alguns instantes, o alívio é garantido.

sábado, 31 de março de 2007

Tecnologia alucinógena

Um vendedor de pulseirinhas e colares hippies garantiu que três pessoas no Brasil já possuem máquinas de teletransporte. Após ajeitar o enorme gorro de lã verde quando o ônibus freou bruscamente na avenida Paulista, confessou que teve acesso à informação durante uma visão. "Um dos seres que desenvolvem discos voadores me disse que Pelé, Antônio Ermírio de Moraes e um usineiro do Recife utilizam o equipamento", afirmou. Para adquirir cada unidade nem foi preciso colocar a mão no bolso, bastou apenas a força do pensamento. Segundo o vendedor, quem pensa diferente sempre chega na frente.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Limpeza urbana

Se pudesse, passaria uma borracha em toda a sujeira que encobre a beleza que habita na cidade de São Paulo. Os prédios brilhariam como novos. Os pedestres fariam passeios em calçadas que se pareceriam com tapetes. O asfalto perderia as imperfeições e os carros circulariam sem sobressaltos. Já os seres que se destacam na multidão por causa da semelhança com bichos que nos amedrontam, não seriam apagados. Os pequenos e os grandes perderiam a capa de imundice para caminhar na multidão levando apenas dignidade.

quinta-feira, 15 de março de 2007

O sentimento de uma transformação

Ele a sentiu entre seus dedos quando ela segurou a mão dele. A substância de todo seu ser penetrou na palma da mão dele. Depois que aquela mão pequena e delicada o tocou, nunca mais foi o mesmo.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

The End...

Achou que o filme chegaria ao ápice naquela cena. Nunca esteve tão envolvido com uma história como aquela. No entanto, de repente, a tela ficou negra e os créditos começaram a subir. Insistiu em permanecer até o último momento. Tinha esperança que alguém aparecesse para dar algum tipo de satisfação. Não foi o que aconteceu, infelizmente! As luzes acenderam e os poucos gatos pingados que também ficaram lá até o instante derradeiro, levantaram-se e saíram da sala. Em seguida, chegou o faxineiro para recolher garrafas, copos e sacos de pipoca deixados para trás. Se o lixo estava sendo recolhido, já era hora de partir. Então foi embora sem entender o que havia acontecido. Voltou para casa sozinho. Ao chegar, procurou um espelho. Achou o do banheiro. Não conseguia ver o reflexo do seu rosto, apenas um ponto de interrogação. Chegou à conclusão que o melhor a fazer era dormir. Quem sabe um sonho não traria alguma resposta.

domingo, 17 de dezembro de 2006

Cuspido das entranhas da terra

Mesmo sem saber ao certo para onde ia, o trem do metrô o levava para algum lugar. Parecia fazer parte de um longo e penoso processo de digestão. O aperto do vagão provocava calor. Também se sentia sufocado. Havia muita gente além dele. Ninguém conseguia se mexer. Era como se estivesse dentro de um estômago cheio de comida. Quando o vagão parou repentinamente entre duas estações, o calor aumentou. O suor ensopava suas roupas e as gotas que corriam em sua face pareciam corroer a pele. Queria escapar antes que do final daquela viagem. O vagão seguiu seu caminho e parou em uma estação. Saiu sem precisar se mover. O movimento da multidão o transportou para fora do vagão. Depois aproveitou uma minúscula brecha, tomou impulso, correu para procurar a saída. Avistou a catraca, mas antes tinha que transpô-la. Empurrou a barra com a cintura e avistou a escada rolante. Porém, preferiu subir a escada ao lado dando largas passadas de dois em dois degraus. Achou que tinha saído, mas foi expelido. Fazia parte da multidão que chegava à calçada e a sujava como se fosse o vômito de alguém que havia comido mais do que podia.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Quase soneto (invertido) do fim do porquinho (*)

Pobre porquinho,
arrancaram seu rabinho.
Estava todo cortado.

Pobre coitado,
uma parte era só toucinho.
Não foi poupado nem o focinho.

Preparado com cuidado o torresmo;
ao feijão, juntaram orelha a esmo.
Chegou a costela dourada
e depois, a couve refogada.

Comida a famosa feijuca,
já não havia mais porquinho.
Todos ali no Bar do Portuga,
pagaram e seguiram seu caminho.

(*) Essa tentativa de soneto foi escrita por mim e por outra pessoa que não quis e nem quer se identificar.