Anotações de um caderninho espiral

Impressões sobre aquilo que acontece ao meu redor

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Uma análise motorizada sobre a democracia

O jornalista italiano Indro Montanelli, falecido em 2001, via a democracia como um automóvel. Afirmava que a esquerda seria o motor e a direita, o freio. E Montanelli não deixa de ter razão. Quando a esquerda começa a descer a ladeira na banguela, a direita chega para brecar o carro desgovernado. Mas quando o pé da direita não sai do freio, a esquerda, por sua vez, é convocada para engatar uma quinta.

Por mais que os motoristas prometam um trajeto tranqüilo, no final da viagem, o desempenho sempre beira a mediocridade. Então será que a democracia não deveria ser um trem? Em um carro, são poucos aqueles que pegam no volante e o espaço interno é muito pequeno. Já no caso de um trem, obviamente, existe uma série vagões. Porém, todo mundo teria que circular pela composição, do primeiro ao último vagão, inclusive podendo ver como e quem a está conduzindo. Caso contrário, a democracia não passaria de um trem-fantasma.