Finalmente, o reencontro!
A caneta estava com saudades da mão direita. Restava-lhe apenas recordar os momentos que era conduzida pela mão e deixava suas marcas nas folhas de papel em branco. A caneta sofria porque sabia que as palavras não apareciam. E se elas ainda não estavam lá, o texto nunca nasceria. Pelo menos, durante seu sofrimento que parecia ser eterno, teve tempo para refletir por qual razão aquele parto é sempre tão importante.
Depois de muito pensar, chegou a uma conclusão que a deixou desesperada. A dupla tinha a obrigação de mostrar ao mundo todas as palavras que esperavam sua vez de aparecer e se juntar harmoniosamente para formar idéias. Mas as palavras agonizavam e as idéias já estavam definhando. Porém, o triste silêncio da página em branco foi interrompido quando a mão e a caneta se encontraram mais uma vez. As palavras se uniram, as idéias não desapareceram e o texto nasceu.