Você é parte de mim
Eu sou a coroa
Você é minha cara
Você meu umbigo
E eu sou seu espelho
Você é a vontade e eu o gesto
Você é o limão e eu sou sua raspa
Eu sou o chá, você é a xícara
Você a guitarra e eu o baixo
Eu sou a chuva e você é minhas gotas
Você é o sim e eu a dúvida
Você é o buquê e eu sou as flores
Você é a aorta e eu o coração
Você é o instante e eu a felicidade
Você é o copo e eu sou o vinho
Você, você é a erva e eu o baseado
Você é o vento e eu sou a rajada
Você é a raquete e eu a bola
Você é o brinquedo e eu a criança
Você é o velho e eu o tempo
Eu sou a íris e você é a pupila
Eu sou o tempero, você a especiaria
Você é a água que vem e eu a boca
Você o amanhecer e eu o sol que se põe
Você é o vigário e eu a embriaguez
Você é a mentira e eu a preguiça
Você é o guepardo e eu a velocidade
Você é a mão e eu a carícia
Eu sou o inferno dos seus pecados
Você é o Céu e eu a Terra, hum
Eu sou o ouvido da sua música
Eu sou o sol dos seus trópicos
Eu sou o tabaco do seu cachimbo
Você é o prazer eu sou a censura
Você é a escala musical e eu a nota
Você é a chama, eu o fósforo
Você é o calor e eu a preguiça
Você é o torpor e eu o cochilo
Você é o frescor e eu o temporal
Você é o quadril e eu a cadeira
Você é bemol e eu sou sustenido
Você é o Gordo do meu Magro
Você é o prazer do meu suspiro
Você é o bigode do meu Trotski
Você é todos estilhaços da minha risada
Você é o canto da minha sereia
Você é o sangue e eu a veia
Você é o jamais do meu sempre
Você é o meu amor, você é o meu amor
Eu sou sua coroa
Você minha cara
Você meu umbigo
E eu seu espelho
Você é a vontade e eu o gesto
Você é o limão e eu sua raspa
Eu sou o chá, você é a xícara
Você a prostituta e eu o prostíbulo
Você é o túmulo e eu o epitáfio
E você o texto, eu o parágrafo
Você é o lapso e eu a gafe
Você a elegância e eu a graça
Você é o efeito e eu a causa
Você o divã e eu a neurose
Você o espinho eu a rosa
Você é a tristeza e eu o poeta
Você é a Bela e eu a Fera
Você é o corpo e eu a cabeça
Você é o corpo. Hummm!
Você é a seriedade, eu o desleixo
Você é o policial, eu a justiça
Você é a caça e eu a força
Você é o tédio e eu a inquietude
Você é o muito pouco, eu o muito
Eu o sábio e você o louco
Você é o relâmpago e eu a pólvora
Você a palha e eu a viga
Você é o superego do meu id
É você Caríbdis e eu Cila
Você é a mãe e eu a dúvida
Você é o nada e eu o tudo
Você é o canto da minha sereia
Você, você é o sangue e eu a veia
Você é o jamais do meu sempre
Você é meu amor, você é meu amor